- “Não é nada de mais”, eles dizem.
- “Mas é a coisa mais mais terrível que eu já senti”, eu
garanto.
É abrir os braços e pular de um precipício, aquela sensação
de queda livre, um salto para lugar nenhum.
É a descida mais íngreme de uma montanha-russa.
Aquele frio na barriga que te pega de surpresa.
Uma descarga bruta de adrenalina.
Só que sem salto, sem queda, sem penhasco ou
montanha-russa.
Sem aviso.
É na hora do almoço, no cinema com o namorado, no happy
hour com as amigas, no fechamento de um trabalho ou em meio a conversa de
família.
Eu não paguei nenhum tipo de ticket para brinquedo algum,
nem sequer coloquei paraquedas pro salto. Eu não pedi por isso. Eu não quis
isso.
Dá medo.
Pavor.
Desespero.
O pânico te pega desprevenido, sem aviso prévio, dó, nem piedade.
- “Por favor, eu só quero um médico, alguém me ajuda?”
- “Mas você não tem nada.”
Quando a gente sabe contra o que está lutando, fica mais
fácil.
Mas querer curar algum tipo de doença que “não é nada”
parece loucura.
É eu, lutando contra mim mesma.
Eu, refém da minha própria mente.
Eu, presa em mim.
Uma briga desleal, sem regras, sem preparo.
Então, que vença o melhor....e que essa briga não tire
“nada de mais de mim”.
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