Independência ou morte ao impresso?!

Ontem, 24 de maio, participei do Saideira, que aconteceu na Livraria e cafeteria Iluminura. Esta foi a segunda edição do projeto neste ano, que teve como convidado o webjornalista Marcio Inácio Flores Gomes, coordenador do site do Correio do Povo na Internet.
Gomes baseou sua fala em sua experência de web dentro do jornal, detalhando aos convidados sobre o dia-a-dia da equipe no apuramento e divulgação de informações. O webjornalista fez uma fala informal e usou-se de uma realidade que não fugia da realidade para nós passada em sala de aula, o que deixou o bate-papo bastante interessante e fez com que todos se sentissem a vontade para questionar e debater o assunto.
Papo vai, papo vem e inevitavelmente eis que surge uma questão, que ha muito (ao menos ao meu ver) vem incomodando jornalistas do mundo inteiro: estaria a web acabando, aos poucos com o impresso?! O convidado disse que na opinião dele não, que o webjornalismo veio como ferramenta a acrescentar no que diz respeito ao numero de informações. Por meio da web, o leitor tem a oportunidade de receber tudo em tempo real (ou quase isso) e do lugar que estiver tem a oportunidade de acompanhar o seu veiculo de comunicação favorito.
Mas, justamente isto, não seria um fator relevante para fazer com que os consumidores dos jornais parassem de pagar por uma informação que lhes chega (agora) via web gratuitamente?!
Para mim, estudante de jornalismo, a situação esta muito clara da seguinte forma: não enxergo possibilidade de se extinguir o jornal impresso, não acredito nisso. O que eu acredito é que estamos caminhando para um universo de informação especializada, cada vez mais e mais específica. Os leitores vão buscar no determinado veículo aquela informação que julgam ser melhor dada por meio daquele determinado veiculo de comunicação.
Veja bem, hoje em dia esta muito claro (volto a dizer: ao menos para mim!) que os leitores estão buscando informações nas mais diversas formas, e cada um tem seu meio favorito. O jovem que hoje absorve informações via twitter, por exemplo, não interfere no gosto do pai que prefere ler o jornal pela manhã enquanto ainda toma seu café. Para muitos, o fato de folhar as páginas de um jornal é algo do tipo romântico, existe uma cumplicidade entre o receptor e o jornal de sua preferência, e isso web nenhuma vai mudar! A notícia, da forma que é dada pela internet não é a mesma encontrada no impresso, e isto que faz toda diferença e acaba com a concorrência de um com o outro. Certos conteúdos é encontrado disponível na web, certos outros com um maior aprofundamento e detalhamento dos fato, somente no impresso, e isto está mais do claro.
Imagine você quando a televisão foi criada lá em 1920, a morte ao radio foi, com toda certeza declarada. E acredite ou não, o radio, hoje em dia, em pleno ano 2010, ainda é o meio de informação mais procurado, e que o público credita maior confiança. A televisão não destruiu com o radio, o telejornalismo não ofuscou o brilho do radiojornalismo. É como agora, o webjornalismo não veio para destruir com o impresso. A web veio como mais uma fonte de informação disponível a um público totalmente diferente dos leitores de jornais, leitores estes sedentos por informação rápida e compacta.
O que penso é como citei anteriormente, caminhamos rumo a especialização do jornalismo, e isto não é ruim. O jornal precisa cada vez mais se mostrar um meio de informações aprofundadas e detalhadas, e sempre que possível, contar histórias que prendam o leitor nas entrelinhas do fato relatado.
Radiojornalismo, telejornalismo, webjornalismo ou jornalismo impresso, escolha qual será a sua fonte de informação e atualize-se. Cidadão bem informado é cidadão capaz de mudar o meio em que vive, os fatos e informações estão por todos os lados, cabe a você buscá-lo da maneira que mais lhe agrada.