segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Não correspondido

                                   Foto: Deka Bueno, Central Park New York

Esses tempos eu recebi um pedido de ajuda de uma leitora. Tratava-se de uma guria que tinha um amor não correspondido e me perguntava se eu podia escrever sobre, talvez dar uma ajuda. Eu fiquei pensando sobre o assunto durante dias. Milhares de estratégias, de decentes a ridículas, passaram pela minha cabeça. Quem sabe tentar só ser amiga dele? E sair com outro cara para ver se ele se mexe? Talvez fingir que o cara não existe? Ou quem sabe jogar a real, assim na cara dura mesmo?Bom, sendo o ser não correspondido do sexo feminino, acho que dar a real seria a pior coisa a se fazer, já que guri quanto mais sentimentais e mais nos mostramos apaixonadas, mais eles fogem. Fingir que ele não existe, acho que deixaria a situação ainda mais nítida, ou tu conseguirias não ter reação alguma caso o fulaninho passasse em sua frente e dissesse “Bom dia lindinha!”? Sair com outro, eu sei, é ridículo! Usar alguém para isto é a maior furada, vai que o beltrano se apaixona por ti? Ai são dois mau amados.Eu juro, eu tentei pensar em alguma super estratégia ate lembrar da vez em que EU não fui correspondida por alguém. Ai como é terrível! Eu dormia e acordava pensando no cara. Escrevia o nome dele 50 vezes na minha agenda. Todos os recreio do colégio tinha que ter a voltinha clássica perto do grupinho dele. Para voltar para a sala de aula, o roteiro deveria incluir o corredor da turma dele, da qual eu lembro ate do numero: 231. E ele, mau sabia da minha existência. Alias, sabia sim, eu era a “Deka vasos e pias”, a guria que ele lembrava quando ele ia “mijar”. E sim, ate quando o dito cujo, insensivelmente, me falou isto eu sorri e delirei de felicidade. Ele lembra de mim!!! Eu nunca tinha trocado mais que cinco palavras com o guri, mas era ele que me causava falta de ar, frio na barriga e que ate me fazia falar sozinha quando eu o imaginava comigo e inventava um diálogo entre nós dois. Sim, eu fazia isto! Sabe porquê? Por que eu imaginava nele algo que, talvez nunca existiu. Eu jamais tinha falado direito com ele, como poderia amá-lo? Eu não sabia quem era ele, e o cara por quem me apaixonei era a minha mais bela invenção, minha mais perfeita fantasia e só eu não via. Eu não era louca nem nada, isso acontece com todos nós e tem até um nome especifico: amor platônico. Nos apaixonamos pela nossa própria invenção e acreditamos naquilo. Mas assim como acontece inesperadamente, some inevitavelmente. Querendo ou não, um dia vamos ter nossos amores não correspondidos. Não adianta armar estratégias de fuga, tudo é uma questão de tempo, e, é claro de tentarmos ser o máximo realistas. Afinal, não existe problemas sem solução. Amores vem e vão e só o tempo dirá quem é de fato sua verdadeira alma gêmea.

Deka Bueno

4 comentários:

  1. sinceramente to ate orgulhoso, que texto bem escrito! e realmente todos ja passaram pela situacao do amor platonico. mas depois tudo passa :} TU ESCREVE MUITO GURIA! #D

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  2. Eu juro que nem sabia desses "detalhes" da tua vida...Bjos

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  3. Oi,
    Muito legal o seu texto. Realmente eh uma situação pela qual todos passamos um dia.
    Parabéns pela iniciativa!
    Bjoos,
    Alessandro

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  4. oi profe é a fábia te lembra? tua ex aluna de teatro!
    adorei teu blog! :)
    bjs

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