Não tem coisa que me incomoda mais do que o “mais ou menos”. Alguém te pergunta: como está a vida fulaninho? Aí você responde: “mais ou menos”. O que seria isto? Uma espécie de “não estou afim de pensar sobre, sou preguiçoso demais para me questionar sobre este assunto”?
Sinceramente, para mim, o “mais ou menos” é um refúgio do péssimo para os acomodados. O sujeito sabe que SIM tem algo muito errado, algo inquietante, algo que precisa ser mudado, mexido, arrumado, mas para quê se dar o trabalho de alguma atitude. Deixa estar, deixa que as coisas se ajeitam sozinhas, mudar requer sacrifícios, exige abrir mão de certas atitudes, de certas pessoas, mudar significa perder agora para ganhar depois. Só que o tal depois para muitos,ou, eu diria, para todos é incerto. O certo é que precisamos dar o primeiro passo e atirar no escuro. É quase que apostar todas suas fichas em um jogo de azar.
É correr o risco do muito bom ou muito ruim.
Ainda que todos os esforços em busca de um sonho possa vir a ser negativo eu prefiro, de verdade, responder “está tudo muito ruim” e saber que a partir dali algo precisa ser feito do que me lamuriar à alguém dizendo que tudo está “mais ou menos”.
Não quero nada meio termo, isso me provoca inquietação.
Quero tudo muito: muito bom, muito lindo, muito feio, muito de mal gosto, muito amado, muito odiado.
Quero relacionamentos intensos, beijos quentes, abraços apertados, sentimentos a flor da pele.
Se é para estar por estar, então que não esteja!
Se é para se envolver para ter algo “mais ou menos”, você já sabe: não se envolva!
Se é para curtir alguma coisa: se joga de cabeça, aproveita o máximo, usa tudo que der para ser usado enquanto durar!
Sabe por que?! Por que quando chegar a hora de acabar (até onde eu sei nada é eterno nessa vida!) você vai perceber que as coisas estão, digamos assim, muito ruins, e vai sentir a necessidade de sair dali, virar a página, se desprender para novamente achar algo MUITO BOM.
Se for para render, que renda muito, e, se for para relaxar, jogue tudo pro alto.
O fato é que as amizades, o trabalho, o amor, a família tudo que nos rodeia, deveria, nos causar muita alegria, muito orgulho, muita satisfação...se não, bom, eu acho que já passei o texto todo escrevendo o que (ao menos eu acho) deveria se feito.
A questão é que o “mais ou menos” me perturba e isso deveria, no mínimo, indignar você.
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